Pouca gente sabe, mas a principal causa da pré-eclâmpsia é a placenta. Isso explica o fato de esta ser uma doença exclusiva da gestação, que aparece por volta da 20ª semana, apesar de ser mais comum na 30ª semana e na primeira gravidez.

Quando a mulher sofre aumento da pressão durante a gestação, a artéria placentária se fecha e a vasoconstrição (diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos) aumenta a resistência para o sangue chegar até o feto. Consequentemente, passa menos sangue, menos oxigênio e menos nutrientes para o bebê.

Por isso, se a gestante sentir dor na boca do estômago (muita gente confunde com gastrite, mas pode ser um sintoma neurológico da pressão alta), dor de cabeça e tiver escotomas, que são aqueles pontinhos cintilantes, luminosos na vista, acompanhados ou não de náuseas e vômitos, é indício de que a pressão está subindo e o pronto-socorro deve ser procurado imediatamente.

A pré-eclâmpsia é a maior causa de morte materna no mundo, mas pode ser evitada e acompanhada para que não evolua para uma eclampsia (com convulsão) ou uma Síndrome de Hellp (com baixa de plaquetas e possível rompimento do fígado).

Se possível, antes mesmo de engravidar, a mulher deve procurar o médico e fazer todos os exames para que haja tempo de corrigir as alterações. Também é preciso adotar uma alimentação balanceada, evitar comidas muito salgadas e optar, principalmente, pelos exercícios aeróbicos (para as grávidas, a frequência cardíaca não pode passar de 150 batimentos por minuto).

Se houver predisposição para pré-eclâmpsia, o gráfico pressórico é essencial e a futura mamãe vai precisar monitorar a pressão três vezes por dia (manhã, tarde e noite), em casa ou em uma farmácia, anotar os números e levar para o médico na consulta mensal. Mas não dá para dizer o que é uma pressão alta ou baixa. Para uma mulher que ficou a vida inteira nos 10:6, um 12:8 já é alto!

Ficar atenta também a qualquer sangramento vaginal, porque a pressão alta na gravidez é a principal causa de descolamento de placenta. Neste caso, independentemente da idade fetal (20,25, 28,30 semanas), o parto precisa ser antecipado.

Retirou a placenta, a tendência é a pressão normalizar, mas isso pode acontecer em até 12 semanas. Então, tem que continuar monitorando, passando periodicamente no ginecologista e, se for o caso, acompanhando também com um cardiologista.

Até a próxima,
Domingos Mantelli
Texto originalmente publicado no site: It Mãe



2016 © Copyright - Dr. Domingos Mantelli        

Tel: (11) 3051-3740(11) 3385-9797

Dr. Domingos Mantelli | Ginecologista e Obstetra
CRM-SP 107.997 | RQE 36618

WhatsApp

Design by formulaideal