Saiba como ajudar as meninas adolescentes a perceberem se suas “máquinas reprodutoras” estão funcionando como deveriam, aprendendo aqui sobre os problemas mais recorrentes e as possíveis formas de solucioná-los nessa fase da vida.
A puberdade das meninas acontece entre os 10 e os 15 anos de idade. Iniciam-se o desenvolvimento dos folículos ovarianos, o alargamento da bacia e o crescimento inicial do bico dos seios, seguido do aumento das mamas. Há modificações na vulva, o aparecimento dos pelos pubianos e o início evolutivo do corpo do útero. Depois, as mamas amadurecem e os órgãos genitais internos e externos ficam mais característicos. A primeira menstruação (menarca) ocorre e os ciclos anovulatórios (ainda não é possível gravidez) começam. Os ciclos se tornarão ovulatórios (risco de gravidez) e o desenvolvimento dos órgãos genitais é finalizado. O ginecologista Domingos Mantelli (SP) recomenda que, após a menarca, a adolescente seja acompanhada por um médico para fazer exames preventivos anualmente.
ALTERAÇÕES MENSTRUAIS
Dois ou três anos após a menarca, pode ocorrer aumento de sangramento, ou ocorrerá encurtamento nos ciclos. Isso ocorre porque o ciclo de hormônios responsável pela menstruação ainda é imaturo e funciona irregularmente. Fatores psicológicos também influenciam. Uma consulta médica pode ajudar a avaliar a situação e tratá-la adequadamente.
FALSO CORRIMENTO
Antes da menarca, por ação das mudanças hormonais, notam-se secreções que não têm cheiro, nem cor esbranquiçada ou transparente, e tampouco causa coceiras. Isso é normal. Manter hábitos de higiene é a indicação. Banhos diários, cuidados após as evacuações evitam que germes do intestino sejam levados à genitália. Usar roupas de algodão.
CORRIMENTO DE FATO
Destacam-se os corrimentos causados por fungos, bactérias e parasitas. O tratamento pode ser feito por via oral ou de forma local, com cremes, géis ou óvulos. Outra infecção comum é a clamídia, adquirida pelo contato sexual sem proteção. Ela não traz sintomas, mas se não for tratada, a mulher pode ter as trompas obstruídas (impedindo a passagem do óvulo ou do espermatozoide).
CÓLICAS INTENSAS
Elas podem ser de causa orgânica (inflamação, presença de tumor, endometriose, uso de dispositivo intrauterino etc.) ou não ter causa identificável. A sensibilidade individual à dor é que trará a melhor terapêutica. Na dismenorreia funcional (cólica sem causa objetiva), são indicados analgésicos e antiespasmódicos contra o desconforto. Se uma causa específica é identificada, essa deverá receber o tratamento apropriado. É fundamental tranquilizar a adolescente e orientá-la sobre cuidados com a própria saúde – que incluem exercícios físicos e dieta balanceada –, já que a redução da tensão emocional pode atuar para diminuir os sintomas. Ocorrem no primeiro ou no segundo dia da menstruação com intensidades variadas. Cólicas moderadas ou intensas interferem no dia a dia, atrapalhando ou mesmo impedindo certas atividades. Por isso, não menosprezar o quadro é valioso.
AS DSTs
As Doenças Sexualmente Transmissíveis, como as infecções por vírus (herpes, HPV) são relevantes. Caracterizam-se por verrugas genitais ou pequenas bolhas dolorosas. Alguns tipos de HPV infectam o colo do útero ou a vagina. Já o cancro mole, o linfogranuloma e a sífilis iniciam-se por uma úlcera (ferida) nos genitais. Para cada uma das doenças citadas e outras existe uma terapêutica adequada, que deve ser orientada pelo especialista consultado.
MAMAS ALTERADAS
Pode ser a falta ou desenvolvimento incompleto delas, bem como o crescimento excessivo etc. Cada um desses problemas tem uma origem específica. Em todos os casos, o tratamento, se realmente necessário (incomoda a adolescente?), é feito por meio de terapia hormonal. Nos demais, o médico pode lançar mão de cirurgia.
Fonte: Revista Viva Saúde