Para muitas gestantes a fase mais marcante é o terceiro trimestre, justamente porque é uma fase que todos comentam que é repleta de incômodos, entrelaçado a ansiedade da chegada do bebê, gerando um mix de fortes emoções. Nessa fase, que inicia-se exatamente na 27ª semana, é muito importante saber diferenciar os sinais normais dos sinais de alerta, para não se limitar demais e deixar de viver este finalzinho tão gostoso. Além disso, é bom ficar atenta e procurar o seu obstetra sempre que apresentar uma anormalidade.
Daí você me pergunta, “por que existem tantos incômodos no final da gestação”?
Isto se dá devido ao crescimento do bebê e do útero, causando várias alterações anatomo-fisiológica na gestante. Além do crescimento do bebê tem as alterações hormonais no final da gestação que deixam as gestantes desequilibradas. (rs)
“Mas o que é normal e o que é sinal de alerta?”
Para responder esta pergunta listei alguns sinais mais comuns para ajudar vocês, mamães.
Dificuldade para dormir
O bebê cresceu e a posição mais recomendada para a mãe se deitar (lateral esquerda) passa a ser incômoda. Virar de um lado para o outro é uma tortura. Os ligamentos internos se esticam e doem, e você pensa duas vezes em mudar de posição, não é mesmo?
Neste momento achar uma posição adequada para conseguir dormir é o foco principal. Tente fazer uso de travesseiros para ficar em posições semi-sentadas. Se for lateralizada, coloque travesseiros entre as pernas para dar mais alívio aos ligamentos e vá experimentando qual lado fica melhor para você.
Aumento da frequência do xixi
Com o aumento do útero, aumenta a pressão do mesmo sobre a bexiga. A ida constante ao banheiro vira uma rotina. Tente fazer uso da quantidade recomendada de líquido durante (?) o dia e evite a ingesta de líquidos à noite, para que essa vontade de ir ao banheiro não atrapalhe seu sono, uma vez que você já está com dificuldade de dormir.
Mudança postural
Com o peso do útero a lordose (o que é a lordose) se acentua e acaba modificando a marcha. É comum começar a andar igual uma patinha (rs). Nesse momento as mães que realizaram atividade física ou trabalharam equilíbrio no Yoga ou pilates durante os meses anteriores sentirão menos desconforto na coluna, pois terão auxílio da musculatura trabalhada e não dependerão só da coluna para se estabilizar. Portanto, uma dica, realizem atividades físicas durante a sua gestação, você sentirá uma grande diferença no final. Mas atenção, apenas pratique atividade física se o seu médico recomendar e pratique com a orientação de pessoas especializadas.
Hemorróidas
O aumento do volume sanguíneo e o aumento da pressão exercida nas veias que se situam abaixo do útero, devido ao peso do bebê, podem gerar obstipação e hemorróidas, principalmente no terceiro trimestre. Para melhorar este incômodo evite fazer força excessiva ao evacuar, evite permanecer na mesma posição durante muito tempo, mantenha um horário (rotina) de evacuação, consuma mais fibra, beba bastante água e evite fazer uso de laxantes, porque eles irão alterar o fluxo intestinal.
Onda de calor, principalmente na parte da cabeça e pescoço
Tais ondas de calor, de uma forma geral, surgem durante os segundo e terceiro trimestres de gestação. Em determinados casos, inclusive depois do nascimento do bebê, elas podem persistir. Isso ocorre porque após o trabalho de parto os níveis do hormônio estrogênio fica reduzidos.
Mudança de humor
Ao longo de toda a gestação é natural que a mulher fique emotiva. Afinal, ela passa por mudanças hormonais e no corpo. No final da gestação também existe uma ansiedade e insegurança pela chegada do bebê associadas a muitos outros sentimentos. Algumas mulheres acabam ficando mais sensíveis principalmente quando o momento do parto se aproxima.
Portanto, não estranhe as loucuras, incertezas, inseguranças e choro fácil das gestantes.
Aumento da lubrificação vaginal
É comum sua vagina ficar mais molhada no final da gestação. Isto se dá pelo aumento do hormônio progesterona. Mude rotineiramente a roupa íntima (calcinha) para não deixa-la úmida demais e gerar candidíase. Não confunda lubrificação da vagina com secreção vaginal. Caso apresente coceira ou secreção esbranquiçada você pode estar com candidíase, o que é muito comum no final da gestação. Procure seu obstetra para trata-la.
Fiquem atentas aos sinais de alerta, mamães!!!
- Se apresentar sangramentos, pode estar relacionado com lesões no colo uterino, trabalho de parto prematuro ou até deslocamento da placenta, o que é de extrema gravidade tanto para o feto quanto para a mãe.
- É normal apresentar dores de cabeça isoladas, por conta do aumento hormonal, mas fique atenta se as dores forem muito fortes e constantes e procure um especialista, pois pode ser aumento de pressão arterial.
- O inchaço perto das últimas semanas, principalmente nas pernas e pés, são super normais. Mas, em casos de inchaço intenso, faça um acompanhamento da sua pressão arterial e procure o seu obstetra se apresentar alteração.
Além das queixas físicas, o terceiro trimestre é cheio das queixas psíquicas.
A ansiedade intensifica-se com a proximidade do parto e da mudança da rotina após a chegada do bebê. Os temores são manifestados (medo da dor, da morte, de algo dar errado…). É uma fase marcada de muitas emoções e é de suma importância o apoio psicológico neste momento. Mães, apoiem-se naquelas pessoas que compartilham da sua decisão de via de parto (seja ela via vaginal ou via cirúrgica). Família e amigos, segurem seus pitacos inadequados e indevidos nesta reta final, pois a mulher está muito sensível, e você só estará sendo inconveniente imponto seus pensamentos e vontades sobre ela.
Quanto a minha experiência no terceiro trimestre, de uma forma geral, foi bem tranquila, apesar de todos incômodos. Acho que esperei incômodos horrendos e quando eles começaram a surgir, achava até natural e não me incomodavam tanto (até curtia – rs). Tive a sorte deles não passarem dos ditos “incômodos esperados” para os “sinais de alerta” que citei acima.
O meu início do terceiro trimestre foi caracterizado por uma fase de muito cansaço. Cansava facilmente. Dava conta apenas de uma atividade por vez. Olha que sempre fui muito ativa (rs).
A azia e o refluxo eram frequentes, pois minha mocinha ainda encontrava-se sentada (estava pélvica) e sua cabeça estava logo abaixo do estômago (ela só virou após a 35ª semana, depois de ter realizado alguns exercícios que ajudam os bebês a virarem da posição pélvica para cefálica. Farei um post sobre estes exercícios depois para vocês).
Todos esses incômodos melhoraram em meados do terceiro trimestre. De uma hora para outra me senti mais disposta (acredito que a prática de atividades físicas durante a gestação me ajudaram muito, pois não senti as famosas dores lombares e limitações de mobilidade no final do terceiro trimestre. Agradeço a minha personal trainer Mariana Azevedo e a minha professora de Yoga Wanessa Ynah).
A corrida constante ao banheiro, o aumento da lubrificação vaginal, a falta de ar constante, a dificuldade em achar uma posição para dormir, uma onda de calor surreal na face, choro, ansiedade com qualquer resultado de exames (coitados de minha Obstetra e marido – rs) e mudança postural (patinha é pouco para minha postura – rs)… aaaaah, estes incômodos eu tive de sobra! Mas tentei curtir tudo mesmo assim.
Acredito que muitos profissionais deixam essa fase muito patológica para as algumas grávidas, e isso as limitam. Por isso a importância de fazer um acompanhamento com profissionais seguros, que sabem o que estão fazendo, para sempre te encorajar e emponderar. Também se faz importante a presença de uma doula ao seu lado para sempre te puxar para cima quando os hormônios tentam te derrubar com as inseguranças e incertezas do trabalho de parto e da maternidade.
Tem grávidas que apresentam sinais de alerta e tem que ficar, sim, atentas aos sinais. Mas, em sua maioria, os sinais do terceiro trimestre são incômodos normais de uma gestação e podemos, sim, viver essa fase de uma forma mais leve e até curtir os incômodos.
Achava engraçado as pessoas me verem no trabalho ou numa e festa e me mandarem ir para casa repousar, simplesmente porque estava no 9º mês de uma gestação super tranquila, bem acompanhada e sem nenhum sinal de alerta. Ai eu te digo, “porque se limitar se tudo está bem?” Agora,… se tiver sinais de alerta, já é outra conduta, OK?!
Mas me contem, mamães… como foi para vocês o terceiro trimestre? Tranquilo? Tenso? Apresentou alguma complicação? Apresentou alterações esperadas? Os profissionais que acompanharam deixaram o processo mais leve ou mais patológico? Vocês se questionaram, pesquisaram, se informaram sobre os sinais que iriam aparecendo? Tiveram um apoio para deixar tudo mais leve? E se estiverem passando por esta fase, estão buscando meios para deixarem esta fase mais leve?
Fonte: help sou mãe
