Ginecologistas explicam os fatores a serem levados em conta antes de escolher o método

 

A pílula oral é a escolha de método anticoncepcional da maioria das mulheres brasileiras, mas sua utilização permanece cercada de mitos e dúvidas. O uso contínuo da pílula leva à infertilidade? Posso tomar o mesmo medicamento que a minha amiga? Como saber se devo trocar de anticoncepcional? Essas e outras questões recorrentes foram respondidas pelos ginecologistas Erica Mantelli, Fernanda Pepicelli e Domingos Mantelli. Confira abaixo:

O que levar em consideração antes da escolha da pílula como método?

 

O anticoncepcional se tornou um aliado para as mulheres que desejam suspender a menstruação, tratar problemas hormonais ou evitar uma gravidez indesejada. Mas antes de optar pela pílula, a mulher deve esclarecer todas as dúvidas sobre os outros métodos contraceptivos disponíveis para, junto com o ginecologista, decidir qual o melhor método anticoncepcional para ela. “O principal é a consulta com o ginecologista que irá realizar exame clínico criterioso, com a história da paciente, suas queixas relacionadas ao ciclo, assim como doenças prévias, histórico familiar e o exame físico completo”, explica a ginecologista Fernanda Pepicelli, da clínica Medprimus.

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A mesma pílula que serve para a minha amiga pode servir para mim?
Muitas mulheres acabam optando por tomar o anticoncepcional que a amiga toma sem passar por uma avaliação médica, mas essa automedicação pode ser perigosa. “Se essa mulher tiver alguma contraindicação e tomar a pílula, ela pode ter consequências seríssimas. Os efeitos colaterais são diferentes de pessoa para pessoa“, alerta Domingos Mantelli. Existem pílulas com alta, média, baixa e baixíssima dosagem e a indicação vai depender do objetivo do tratamento: se é para a prevenção da gravidez, para o tratamento de ovário policístico, para diminuir acne ou interromper o fluxo menstrual.

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Mas não é só a dosagem que diferencia uma pílula da outra. As mais utilizadas são compostas pelos hormônios estrogênio e progesterona, podendo variar o tipo e a quantidade destes presentes no medicamento. O mais importante é fazer uma escolha individualizada. Alguns anticoncepcionais, por exemplo, são próprios para o período da amamentação, pois não passam para o bebê e nem reduzem a quantidade de leite.

 

Que efeitos colaterais podem indicar uma má adaptação à pílula?
Durante a pausa do medicamento ocorre uma diminuição do estrógeno, o que contribui para o surgimento da dor de cabeça, por exemplo. Em alguns casos, é necessário trocar o anticoncepcional para evitar o incômodo. “As mulheres que são predispostas à enxaqueca podem optar pelas pílulas que contêm a progesterona e sem pausa. Além disso, alguns anti-inflamatórios prescritos dias antes da menstruação podem diminuir os sintomas”, sugere a ginecologista Erica Mantelli. Vale lembrar que as pílulas com dosagem hormonal mais baixa são menos associadas à enxaqueca.

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Outros sintomas que podem indicar que a mulher não está se adaptando bem ao medicamento são escape sanguíneo, ciclo irregular, náuseas, vômito, diarreia, cólicas e inchaço. O horário em que se toma a pílula – desde que se mantenha o mesmo – não influencia a sua eficácia, mas pode ter efeitos sobre a reação do organismo. De acordo com Domingos Mantelli, a parte da manhã é o período mais recomendado, pois à noite pode bloquear a produção de melatonina, piorar a qualidade e as fases do sono, diminuir a produção do hormônio GH e aumentar o acúmulo de gordura.

Quais são as consequências de esquecer de tomar a pílula?
Dormiu fora e esqueceu de levar a cartela da pílula? Isso é muito comum entre as mulheres, mas não deve virar uma rotina. As principais consequências são a diminuição da eficácia do medicamento, o que pode levar à uma gravidez indesejada, e alterações no ciclomenstrual, acarretando sangramentos no meio da cartela, até duas vezes por mês e por mais tempo.

Pílula do dia seguinte não deve ser usada como método contraceptivo: entenda

Os médicos Domingos Mantelli e Fernanda Pepicelli recomendam que a pessoa associe o uso da pílula a um hábito ao qual já está acostumada. “Sempre oriento a paciente tomar o anticoncepcional em um horário que a rotina seja diariamente seguida. Por exemplo, tomar o anticoncepcional antes de escovar os dentes pela manhã”, indica a ginecologista.Recorrer ao despertador do celular também funciona; mas para isso, o anticoncepcional deve estar sempre acessível.

Qual é a diferença entre as cartelas de 21, 24 e 28 comprimidos?
A diferença está no objetivo do tratamento que vai além da prevenção de uma gestação. As pílulas de uso contínuo, por exemplo, são preferenciais para mulheres que não querem ou não podem menstruar por causa de alguma condição clínica. Há outras de 28 comprimidos em que as últimas pílulas são placebo, ou seja, não contêm hormônios, para que a mulher não esqueça e menstrue sem precisar fazer a pausa. No caso das cartelas que contêm 21 comprimidos, a pessoa deve tomar durante 21 dias, parar por sete e voltar a usar no oitavo; já nas que são de 24, deve-se interromper durante quatro dias e retomar no quinto.
Quais são os riscos associados ao uso da pílula anticoncepcional?
Algumas mulheres que apresentam alterações herdadas geneticamente associadas ao tabagismo e ao uso do anticoncepcional têm maior risco de desenvolver trombose. Por isso é importante identificá-las e prevenir complicações mais graves. “Há disponíveis no mercado, inclusive liberados por convênios, testes específicos para tentar detectar quais mulheres têm este risco aumentado. Estes testes associados à história e ao exame físico da paciente, dão maior segurança para paciente e seu médico evitarem problemas mais graves, como AVCs”, aponta Fernanda Pepicelli.

A pílula utilizada continuamente pode prejudicar a fertilidade da mulher?
Segundo Domingos Mantelli, é verdade que a mulher que toma a pílula durante muitos anos pode ter um pouco mais de dificuldade para engravidar, pois parte desses hormônios pode ficar contida nas células de gordura. “Até um ano tentando engravidar após a parada é normal. Acima disso ela já deve procurar ajuda, pois pode ter algum problema de infertilidade”, afirma.
Como deve ser feita a troca de uma pílula por outra?
A troca de uma pílula por outra deve ser feita no período em que a mulher deveria iniciar a mesma cartela, mas havendo a substituição pelo medicamento novo. É importante saber que o risco de gravidez existe, de forma que, no primeiro mês, é indicado associar seu consumo a um método de barreira como, por exemplo, o preservativo.
Fonte: http://gnt.globo.com/bem-estar/materias/tomar-anticoncepcional-oral-conheca-opcoes-efeitos-e-riscos-da-pilula.htm



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