Período fértil pode ser resumido como o momento em que a mulher está mais propensa a engravidar. Isso porque é quando ocorre a ovulação, ou seja, o ovário libera um ou mais óvulos para serem fecundados.

Vale destacar que, caso a mulher esteja querendo engravidar, conhecer bem o seu corpo e cada fase do ciclo menstrual ajuda muito. Assim, ela saberá melhor quando costuma ovular e, portanto, quais são seus dias mais férteis.

Foto: Getty Images

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Domingos Mantelli, médico ginecologista e obstetra, autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”, explica que o período fértil normalmente é o período dos 14 dias que antecedem o primeiro dia da menstruação.

“Vamos dar um exemplo: se você menstruou no dia 28 do mês, o seu dia da ovulação foi aproximadamente no dia 14, no 14º dia do ciclo, e o período fértil seriam 2 dias antes e 2 dias depois deste dia da ovulação. Então se você menstruou no dia 28, conta 14 dias antes que é o dia da ovulação e o período fértil é o período que compreende de 2 dias antes a 2 dias depois dessa ovulação”, diz Mantelli.

 

Principais sinais de que você está ovulando

 

Mas será que é possível a mulher saber que está mesmo ovulando? Fernanda Rodrigues, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington, esclarece que, com a observação do próprio corpo, é possível estimar o momento da ovulação devido a alguns sinais sugestivos. “Porém, a ovulação só pode ser confirmada pela avaliação médica, que é realizada através de dosagens hormonais e ultrassom pélvico transvaginal”, diz.

Abaixo você confere quais são alguns dos sinais que indicam que a mulher está ovulando:

1. Desconforto abdominal

“Como a ovulação é o rompimento do folículo (bolsinha com líquido) para a liberação do óvulo (célula microscópica que está no interior do folículo), ocorre o extravazamento do conteúdo intrafolicular, acompanhado muitas vezes de um pequeno sangramento local. Esse líquido com sangue pode gerar desconforto quando chega ao abdômen”, explica Fernanda.

Mantelli reforça que a mulher pode sentir uma pequena dor abdominal. “Chamamos de ‘dor do meio’, porque geralmente coincide de ser no meio do ciclo menstrual que é o período fértil da mulher, o período da ovulação”, acrescenta.

Contudo, ressalta Fernanda, isso não acontece em todos os casos. “Ou seja, caso a paciente não sinta desconforto, não quer dizer que ela não esteja ovulando”, esclarece a especialista.

2. Alteração na temperatura basal

Temperatura corporal basal nada mais é do que a temperatura do corpo em repouso (ou seja, quando está dormindo). Para acompanhá-la você precisa simplesmente de um termômetro e de papel e lápis/caneta para anotar a temperatura. Deve medi-la todo dia, assim que despertar (antes de fazer qualquer outra atividade), preferencialmente, colocando o termômetro embaixo da língua.

Para interpretar é preciso saber que a temperatura basal deverá ser mais baixa durante as duas primeiras semanas do ciclo. Depois de ter ocorrido a ovulação (cerca de 24 a 72 horas depois), a temperatura do corpo eleva-se, mantendo-se elevada até a menstruação.

Trata-se de um método simples para avaliar a função ovulatória, de acordo com Fernanda. “Quando a ovulação ocorre, há um aumento da produção de progesterona pelo corpo lúteo, podendo provocar um aumento da temperatura basal em 0,2 a 0,5 graus dois a três dias depois da ovulação. Portanto, os ciclos ovulatórios estão geralmente associados com curvas de temperatura basal claramente bifásicas.”

“Assim, só é possível estimar que a paciente ovulou depois que a ovulação aconteceu. Porém, por vezes, é identificado um padrão, sendo possível estimar o período fértil nos próximos ciclos”, explica a especialista.

3. Alterações no muco cervical

A observação do muco cervical também pode ajudar a mulher a ter certeza de que está ovulando. Vale destacar que existem vários tipos de secreção vaginal, e o muco cervical é um deles.

“No período próximo à ovulação, o muco cervical se torna mais transparente, viscoso e elástico, com a aparência de uma clara de ovo. Isso acontece pelo estímulo do estradiol, hormônio produzido pelo folículo em crescimento antes da ovulação”, explica Fernanda.

No início do ciclo menstrual, a mulher tem o sangramento normal (menstruação). Depois, o mais provável é que ela fique sem secreção por alguns dias. Posteriormente, poderá observar uma secreção de cor levemente opaca, com consistência mais grudenta. Então, quanto mais se aproximar da ovulação, a secreção se tornará mais transparente, viscosa e elástica.

4. Sensibilidade nas mamas

Este é um sinal indireto, de acordo com Fernanda. “Pois as glândulas mamárias têm receptores hormonais. Portanto, quando ocorre a produção de estrogênio na primeira fase do ciclo, pode ocorrer um aumento do volume mamário e, na segunda fase, após a ovulação, quando há o predomínio da progesterona, as mamas podem ficar mais doloridas”, diz.

5. Posição do cérvix

Cérvix é a porção mais baixa do útero, quando ele se une com a porção final superior da vagina.

“Durante o período pré-ovulação, o colo do útero fica com a consistência mais amolecida, com posição mais alta, aberto e mais úmido, também por estímulo do hormônio estradiol”, diz Fernanda.

“Porém, com a observação de outros sinais, como temperatura basal e muco cervical, já é possível predizer a ovulação. Não é recomendado que as pacientes examinem o próprio colo do útero com esse objetivo”, ressalta a especialista.

6. Outros sinais

Fernanda esclarece que determinados sinais não são sinais diretos de ovulação, como:

Aumento de libido;
Aumento de energia;
Sentidos aguçados;
Fome;
Retenção de líquido;
Labilidade emocional;
Aumento da secreção vaginal.
“Contudo, sabe-se que todos esses sinais são influenciados pelas mudanças hormonais cíclicas, que ocorrem durante o ciclo menstrual. Basicamente os responsáveis são o estradiol na primeira fase, e a progesterona na segunda, após a ovulação. Então, a presença destes sintomas pode sugerir que está ocorrendo a produção hormonal cíclica e, dessa forma, pode sugerir que a ovulação está acontecendo”, explica a especialista.

Testes e exames para detectar a ovulação

É fato que a observação do corpo – juntando temperatura e muco cervical –, é o meio mais natural e barato de detectar a ovulação. Mas existem outras opções para quem busca mais certezas.

Testes de farmácias

Mantelli explica que existem testes de ovulação vendidos em farmácia. Eles utilizam uma pequena quantidade de urina ou de saliva para a realização, tendo confiabilidade de aproximadamente 98%.

“Quando você usa a própria saliva para analisar, no kit vem até um pequeno microscópio, uma lentizinha de aumento, em que você vê a mudança do padrão da saliva quando se está no período da ovulação”, diz.

Nos testes que contam com a utilização da urina, como no caso dos testes de gravidez, basta molhar o local indicado em um pouquinho de urina e observar as alterações de cores que ocorrem. No folheto indicativo do teste, estará mostrando a cor que corresponde ao período fértil.

De acordo com o ginecologista, os testes de farmácia são confiáveis. Exemplos de teste de ovulação de farmácia são:

Clearblue
Confirme
Ovatel
Exames laboratoriais

Mantelli explica que o exame ovariano e o exame hormonal conseguem, através das dosagens dos hormônios, saber se a mulher está tendo pico ovulatório.

“Pode ser feito também um ultrassom, observando o ovário e vendo a formação dos folículos, e se esta ocorrendo a ovulação”, acrescenta o ginecologista.

Agora você já sabe: com a observação do próprio corpo (temperatura basal, muco cervical) é possível estimar o momento da ovulação. Mas a ovulação só poderá ser 100% confirmada pela avaliação médica, através de dosagens hormonais e ultrassom.

 

Fonte: Dicas de Mulher



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Dr. Domingos Mantelli | Ginecologista e Obstetra
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